A FORÇA DOS GAVEANOS

A mobilização dos moradores da Gávea, intensificada nas últimas semanas, deu um passo importante rumo à busca por um desenvolvimento urbano responsável no bairro. No dia 9 de dezembro de 2025, a AMAGÁVEA enviou ao Prefeito Eduardo Paes um ofício detalhado expondo os impactos do adensamento acelerado na região e solicitando medidas urgentes para preservar o equilíbrio urbano e ambiental da Gávea.

O documento apresenta dados técnicos sobre trânsito, saneamento, energia, áreas verdes, verticalização e capacidade de infraestrutura, além de defender dois pontos centrais:
a necessidade de um Estudo de Impacto Cumulativo, que avalie o conjunto dos empreendimentos já licenciados e em análise;
a proteção da Gávea como Área de Interesse Urbanístico Especial, garantindo critérios mais rígidos para novos projetos e contrapartidas que beneficiem o próprio bairro.

A resposta do Prefeito veio poucas horas depois do envio:
“Já pedi um estudo para entender o que mudou na legislação e seus impactos na Gávea.”

Essa manifestação rápida sinaliza abertura institucional e reconhecimento da urgência do tema. Mostra também que a mobilização dos moradores – presente nas ruas, nas redes, nas reuniões e nas articulações técnicas – gerou o efeito necessário para levar o problema ao mais alto nível de decisão.

A Gávea vive hoje um momento crítico. Com apenas uma via principal de acesso, a Rua Marquês de São Vicente enfrenta sobrecarga crescente decorrente de novos empreendimentos, aumento populacional, circulação universitária, presença de hospitais e escolas, além de ser um corredor fundamental entre áreas da Zona Sul. O somatório desses fatores exige planejamento, diagnóstico preciso e ações integradas.

Por isso, a decisão do Prefeito de iniciar um estudo técnico é um avanço concreto. Resta agora acompanhar sua realização, contribuir com informações qualificadas e assegurar que seus resultados orientem medidas efetivas de proteção ao bairro.

A AMAGÁVEA seguirá atuando com firmeza e diálogo, trabalhando para que a Gávea continue sendo um espaço de equilíbrio entre natureza, cultura, educação e vida urbana. A união dos moradores foi e continuará sendo a chave desse processo.

A Gávea segue vigilante — e segue unida.

LEIA AQUI O OFÍCIO NA ÍNTEGRA

AMAGÁVEA – Associação de Moradores e Amigos da Gávea

CONHEÇA O GT ESTUDO DE IMPACTO DA AMAGÁVEA

A Gávea vive um momento decisivo. O novo Plano Diretor abriu espaço para um adensamento acelerado em toda a cidade, e o nosso bairro, com apenas uma via principal que interliga sua área interna — a Rua Marquês de São Vicente — tornou-se um dos pontos mais sensíveis dessa transformação.

Nos últimos meses, multiplicaram-se anúncios de novos empreendimentos, licenciamentos e pedidos de obra. Já são mais de 12 projetos em andamento ou fase de aprovação, somando mais de 600 novas unidades — em sua maioria compactas, construídas em áreas antes verdes ou de baixa densidade. Paralelamente, mais de 120 árvores já foram cortadas no bairro; e só para o empreendimento GAVÍ já foi anunciado o corte de mais 66 árvores!

Esse ritmo, somado à ausência de estudos transparentes de impacto, preocupa toda a comunidade: aumento do trânsito, pressão sobre drenagem, saneamento, energia, perda de vegetação e risco real de colapso na circulação viária. A Rua Marquês de São Vicente, que havia sido desafogada com a nova rotatória, pode simplesmente travar com centenas de novos imóveis e de novos moradores chegando.

DOIS PONTOS DE ALERTA LEVADOS AO PREFEITO

A AMAGÁVEA tem atuado oficialmente para evitar danos irreversíveis em duas áreas cruciais:

1. Terreno da Osório Duque Estrada (área pública)
Indicado para leilão, o terreno representa um dos últimos bolsões verdes preservados. A AMAGÁVEA e moradores estiveram com o Prefeito pedindo a proteção da área e a suspensão de qualquer exploração imobiliária.

2. Terreno Marques / Piratininga / Raimundo Magalhães (área privada)
Um projeto prevendo 16 casas e amplo desmatamento motivou questionamentos. O caso foi levado ao Prefeito e denunciado ao Ministério Público, que já analisa os parâmetros apresentados na proposta de licenciamento.

A FORÇA DOS MORADORES!

Em 2002, após forte mobilização da AMAGÁVEA e dos moradores, o bairro garantiu a preservação de casas e a limitação de intervenções que ameaçavam sua identidade urbana. Essa conquista representou um marco: colocar freios na especulação e afirmar que a Gávea tinha um valor cultural e ambiental a ser protegido.

Com o passar dos anos, porém, essa proteção se enfraqueceu. Hoje, o bairro volta a ficar exposto ao adensamento acelerado e a projetos que desconsideram sua escala e vocação.

NASCE O GT ESTUDO DE IMPACTO

Diante desse cenário, a AMAGÁVEA criou o GT Estudo de Impacto — um grupo formado por moradores voluntários, técnicos, juristas, urbanistas e lideranças comunitárias. O objetivo é claro: coletar dados, analisar riscos, dialogar com autoridades e buscar alternativas que minimizem danos reais ao bairro.

O grupo atua em quatro frentes:

  1. Técnico – análise de trânsito, drenagem, saneamento, áreas verdes e estudos comparativos.
  2. Político – articulação com legisladores e órgãos públicos.
  3. Jurídico – acompanhamento de licenças, parâmetros e medidas legais cabíveis.
  4. Comunicação – engajamento da população e busca de especialistas no bairro.

O QUE JÁ FOI FEITO?

Nas últimas semanas, a AMAGÁVEA esteve em reunião com:

  • Gustavo Guerrante – Secretário Municipal de Urbanismo (SMDU)
  • Ricardo Pinheiro – Presidente de Parques e Jardins
  • Luiz Fernando Martha – Vice-Reitoria da PUC
  • Vereador Flávio Valle
  • Sônia Rabello – Doutora em Direito Público e especialista em Planejamento Urbano
  • Empreendedores do MSV 208

Outras agendas já estão marcadas, incluindo discussões sobre novas licenças, compensações ambientais, estudos de trânsito e revisão de parâmetros urbanísticos.

POR QUE ISSO IMPORTA?

O impacto do adensamento não é abstrato. Ele aparece no cotidiano: trânsito que trava, queda de energia, enchentes, calor urbano, falta de vagas, perda de verde e aumento da pressão sobre serviços públicos.

Sem planejamento adequado, a Gávea tende a sofrer um colapso silencioso — que só será percebido quando já estivermos convivendo com suas consequências.

COMO AJUDAR HOJE?

A AMAGÁVEA trabalha diariamente, mas a nossa força real depende dos moradores.
Quanto mais associados, mais representatividade nós teremos para agir, cobrar e defender o bairro.

Participe do GT Estudo de Impacto

Traga sua força para proteger a Gávea, independente de ser ou não um associado. Entre em contato via nosso WhatsApp (21) 95100-4509

SE ASSOCIE AQUI!

É simples, rápido e custa apenas R$ 40 mensais.


CADA NOVA ADESÃO FORTALECE NOSSA CAPACIDADE DE PROTEGER A GÁVEA.

GÁVEA: O PULMÃO VERDE QUE O RIO DE JANEIRO PRECISA PRESERVAR

Por Paulo Almeida

A Gávea é muito mais do que um dos bairros mais charmosos e históricos da Zona Sul carioca. É um ativo ambiental e urbano estratégico — um verdadeiro pulmão verde do Rio de Janeiro, que desempenha papel essencial na regulação climática, na qualidade do ar e na qualidade de vida de milhares de moradores.

Em meio a uma cidade que perde, ano após ano, parte de sua vegetação nativa para a urbanização desordenada, a Gávea resiste como um exemplo de equilíbrio entre natureza e desenvolvimento. Limitada pela Floresta da Tijuca, pelo Jardim Botânico e pela Lagoa Rodrigo de Freitas, a região concentra uma das maiores proporções de cobertura vegetal por habitante na Zona Sul. Segundo dados da Prefeitura do Rio de Janeiro, o bairro está inserido em uma das áreas com índice médio de 74 m² de área verde por morador, número quase três vezes superior à média da cidade, que gira em torno de 27 m²/habitante.

Esse equilíbrio é vital. De acordo com o Programa de Monitoramento Contínuo da Cobertura Vegetal da Cidade do Rio de Janeiro, entre 2018 e 2023, o município perdeu cerca de 2,7% de sua vegetação urbana, especialmente em regiões de expansão imobiliária. Em contrapartida, bairros como a Gávea, que mantêm conectividade com áreas florestadas, funcionam como barreiras naturais contra o avanço das ilhas de calor — que hoje já elevam a temperatura média da cidade em até 4,5 °C em determinados pontos da Zona Norte.

Estudo recente do MapBiomas 2024 aponta que apenas 6,9% das áreas urbanas brasileiras são cobertas por vegetação. No Rio, o número é um pouco melhor — 13,1% —, mas ainda insuficiente para garantir resiliência climática diante das mudanças ambientais em curso. Essa realidade reforça o papel da Gávea como um laboratório vivo de sustentabilidade urbana, com um patrimônio natural que contribui diretamente para a retenção de carbono, a recarga de lençóis freáticos e o controle de enchentes.

Preservar a Gávea é preservar a respiração da cidade. É proteger um ecossistema que, além de seu valor ambiental, impacta positivamente a saúde física e mental dos cariocas. Pesquisas da Fiocruz indicam que moradores que vivem próximos a áreas verdes têm 20% menos propensão a doenças respiratórias e 15% mais sensação de bem-estar e pertencimento comunitário.

Entretanto, a pressão imobiliária e a redução gradual dos espaços públicos arborizados ameaçam esse equilíbrio. De 2010 a 2023, o número de praças com vegetação significativa na Zona Sul caiu 18%, segundo o Instituto Pereira Passos. Cada árvore retirada para dar lugar a concreto é um passo atrás na agenda de sustentabilidade urbana que o Rio precisa consolidar.

Por isso, é urgente posicionar a Gávea como referência em preservação urbana e educação ambiental. Iniciativas como o reflorestamento de encostas, a criação de corredores ecológicos ligando o Parque da Cidade ao Jardim Botânico e o estímulo à arborização participativa podem transformar o bairro em um símbolo da transição ecológica carioca.

A Gávea é mais do que um bairro — é um símbolo do que o Rio pode ser quando valoriza seus ativos naturais. Cuidar dela é cuidar do futuro do Rio de Janeiro.

Fontes do texto: Prefeitura do Rio de Janeiro – Programa de Monitoramento da Cobertura Vegetal | MapBiomas 2024 | Fiocruz 2023 | Instituto Pereira Passos 2023

GRUPO DE TRABALHO DO ESTUDO DE IMPACTO DA AMAGÁVEA

Se quiser somar forças conosco, entre em contato pelo WhatsApp oficial da AMAGÁVEA: (21) 95100-4509.

BATE-PAPO: GAVEANOS PELA GÁVEA!

Realizado em 14 de outubro de 2025, no Restaurante Bacalhau do Rei, o Bate-Papo com Moradores da Gávea reuniu um grande grupo de gaveanos em uma conversa produtiva sobre o bairro.

Entre os principais temas discutidos estiveram o boom imobiliário, que levou à criação de um Grupo de Trabalho (GT) para aprofundar o assunto; a segurança pública, com incentivo à participação nas reuniões do CCS; e a mobilidade urbana, com destaque para a desordem de motos e bicicletas.

Durante o encontro, a CET-Rio anunciou a implantação de uma ciclovia na Rua Marquês de São Vicente, cujos detalhes serão divulgados em breve.

A AMAGÁVEA agradece a presença de todos e reforça o compromisso de seguir ouvindo, dialogando e atuando em prol de uma Gávea viva, verde e com qualidade de vida.

A associação também expressa um agradecimento especial ao Restaurante gaveano Bacalhau do Rei, que gentilmente cedeu seu espaço para a realização da reunião, contribuindo para que o encontro acontecesse em um ambiente acolhedor e propício ao diálogo entre os moradores.

Não foi? Esperamos você no próximo!

OBRAS DO NOVO PRÉDIO DA PUC

A AMAGÁVEA foi procurada pela direção da PUC-Rio para compartilhar com a comunidade da Gávea uma importante novidade: a universidade iniciará, nos próximos dias, a construção do novo edifício que abrigará o inovador Instituto PUC-Behring de Inteligência Artificial.

Sabemos que toda obra pode gerar impactos — e é justamente por isso que a PUC buscou o diálogo com a AMAGÁVEA desde o início. A universidade se comprometeu com uma atuação transparente e responsável, tanto no campo ecológico quanto no civil.

Como parte do plano de gestão ambiental, será necessária a retirada de 6 árvores do campus. Todas as remoções estão licenciadas e acompanhadas por especialistas. Para compensar, a PUC irá replantar um número maior de árvores, com espécies nativas, e ainda se propôs a plantar novas mudas em pontos do bairro indicados pela AMAGÁVEA.

A AMAGÁVEA acompanhará esse processo de perto, em diálogo constante com a universidade, sempre zelando pelo equilíbrio entre o progresso acadêmico e a qualidade de vida dos moradores da Gávea.

Seguimos juntos, por uma Gávea mais verde, acolhedora e consciente.